“Eu tô lutando pelos 10% do PIB para educação e para saúde, assim como pelo aumento da frota e da fiscalização da capacidade máxima dos ônibus, que aqui não é controlado. Isso é muito importante para fazer imediatamente. Este grande garrafão de plástico cheio de água é para botar dentro as bombas de gás lacrimogênio. É para nos proteger do lacrimogênio, aprendi isso num video na Turquia. É da galera, um bem comum.”
Protesta frente al Estadio Castelao Fortaleza, Brasil, junio 2013.

“El derecho a una vivienda digna no es tuyo, ni mío, ni del Estado. No es público, ni es privado. Es común. La plaza mayor de tu ciudad no es tuya, ni es mía, ni del Estado. No es pública ni es privada. Es común. Tu ambulatorio de referencia no es tuyo ni mío ni del Estado. No es público ni es privado. Es común. Y en tanto que común, cualquiera de estos bienes no son interés, propiedad ni responsabilidad de unos pocos, sino de todos.”
Guanyem Barcelona[1], 2014.

Essas palavras do primeiro párrafo sao de um manifestante num protesto em junho no Brasil exemplificam com dramática intensidade o conflito atual, em torno da reprodução da vida nas metrópoles contemporâneas. O modelo hegemónico neoliberal imposto pelas elites financeiras, – onde o sucesso do capital não vem acompanhado de desenvolvimento para a maior parte da população, – está sendo confrontado pelas revoltas que proliferam nas ruas de quase uma centena de países4, desde 2011, no novo ciclo de lutas inaugurado nos países árabes do Mediterrâneo. Nessa encruzilhada, a velha distinção entre o privado e o público não é mais capaz de responder à questão fundamental de como compartilhar recursos vitais.

El segundo párrafo hace referencia al movimento municipalista en el estado español que comenzó unos meses de atras y es la tentativa de los movimientos multitudinarios que ocuparon centenas de plazas del estado español las semanas posteriores a la manifestación del 15 de mayo por democracia real ya. O comum urbano emerge ao mesmo tempo como o objeto – a demanda de mais recursos para os serviços públicos de saúde e educação – e como a forma de organização – as acampadas nas praças ou, no caso extremo, a garrafa de água que a multidão usa para defender-se do gás lacrimogênio. A cidade, seja Madrid ou Reykjavík, Cairo ou Oakland, se torna o cenário genérico dessa luta.


[1] Extraído de: http://www.formatistica.net/es-un-partido-no-es-una-coalicion-no-es-guanyem-barcelona/